terça-feira, maio 03, 2016

VENTOS DE NETUNO


As inquietudes que povoam a mente
Como os velozes ventos de netuno,
Formam-se as tempestades existenciais,
Embora meras fases, ciclos e por vezes furacões.
Arrasam as vilas da esperança,
Destorcem as ruas da lembrança
Com ondas gigantescas, afunilando emoções.
Oh! Ventos velozes de netuno
 Azul intenso nas nuvens da tua atmosfera.
Varre o tom cinza que envolve a terra
Por onde vagueia minha mente.
Vibra em meu ser, imponente.
Aflorando o anil, reascende a luz intensa
Na alma que aguarda compassiva dolência.
Dos mananciais que escorrem em delírios
Banhando meu ser, exalando suspiros.
Cansado ser, de ser deveras desprovido.
Marcia Kraemer

SONHO DE MENINA




Sonhando acordada
Com a lua entre meus dedos
E uma estrela dourada
A cintilar meus desejos.
As nuvens a bailar
No céu correm faceiras
O vento suave a soprar
Inspirações ao céu, sem fronteiras.
Quisera eu, ser nuvem dançarina
Para no céu poder brincar
Com meu coração de menina
Em meus sonhos rodopiar.
Marcia Kraemer. 

PENSAMENTO

Assim, sinto e vejo a areia escorrendo por entre os dedos,
Como as folhas do calendário que o vento do tempo arranca...

Marcia Kraemer

COLÓQUIO DA ALMA



No palco da vida
Representando vida
No roteiro que segue
Sem saber quem o escreve
A cena se passa
Sem tempo para decorar as falas
Depois do ato
Um silêncio profundo
Envolve o fechar das cortinas...
FIM!

Marcia Kraemer

quinta-feira, abril 07, 2016

COLÓQUIO DAS MINHAS INQUIETUDES....

Debruçada no umbral dos sonhos, ela observa as fases ocultas no espelho da alma onde vê refletida, sobre a névoa dos pensamentos, um vulto contemplativo que emerge das profundezas das ilusões, prometendo a si mesma sobre cada lágrima que cai, que para lá não mais voltará... Ouve em seu intimo o colóquio de suas inquietudes:
- Não podes embarcar nesta viagem! Sentença da razão.
- Podes me dizer por quê? Indaga o coração.
- Ela pode não ter volta. Responde a razão.
- E quem te disse que quero voltar? Brada o coração.
- Ingênuo! Profere a razão.
- Ingenuidade seria render-me a inércia que me provocas. Desabafa o coração.
- Inércia que te segura das tuas sem medidas loucuras. Retruca a razão.
- Melhor um insano feliz que um racional acorrentado em tuas sóbrias sentenças. Argumenta o coração.
- Então, não tardas a partir. Porventura me levarás contigo? Ironiza a razão.
- Se fores comigo, não irei. És a parte mais pesada de minha jornada. Declara o coração.
- Sou a parte que pondera tuas emoções que te levam a criar ilusões. Argumenta a razão.
- O que declaras como ilusões soam para mim como sonhos recheados de emoções. Sintetiza o coração.
- CALEM-SE! Suplica a alma.

Márcia Kraemer

quarta-feira, março 23, 2016

QuintALL de Março 2016


QuintALL é evento cultural gratuito para o público e isento de cachê para quem se apresenta. Acontece, todo mês, em Florianópolis, na Pousada MonChateau, em Canasvieiras. Foi criado e é coordenado por Ana Luiza & Luca.

quarta-feira, janeiro 27, 2016

SAPATILHAS DOURADAS.

Nas desventuras do poeta
Que mergulha em si
Rodopiando dentro da alma
Como uma bailarina a flutuar
Sobre o palco dos sentimentos.
Com sapatilhas douradas
Desliza suave sobre os versos
Onde compõe melodias.
Cria passos de dança.
Em movimentos suaves
Eleva uma prece em suplica
Para uma nova dança
Um novo passo
Que preencha o espaço
Por onde o amor passou
Deixando rastros de lembranças
Que insistem em ficar
Junto no palco a bailar.
Revivendo a melodia
Da saudade em cada nota.
Embalando os sonhos de amor
Regidos pela esperança.
De sapatilhas douradas
Aguarda o momento
De voltar a bailar em rodopios
Ao lado da felicidade
Que aguarda o próximo passo
Para uma nova dança.

Márcia Kraemer

sábado, janeiro 16, 2016

Amizade também é poesia. (Adelina e Márcia)


LAÇOS DE POESIA
Saudade brisa suave que entra pela janela
Trazendo o perfume da primavera
Saudade, brisa suave que balança as cortinas,
Trazendo o perfume de alguém
que continua na lembrança.
Saudade, balança as cortinas da alma...
Onde o doce perfume da lembrança
Permanecerá para sempre...

Adelina Schneider e Márcia Kraemer

sábado, novembro 28, 2015

POEMA: RETRATO



Às vezes me sinto assim... Como um retrato,
Que alguém se esqueceu de tirar o pó...
Deixado em qualquer lugar do quarto
 A imagem de uma mulher só...
Uma mulher que sonhou um dia
Viver um grande e inesquecível amor
Jurou para si mesma que o encontraria...
Saltando dos versos para na vida compor
O mais lindo poema que alguém já escreveu
Com palavras e rimas bem talhadas
Pela alma da mulher que assim concebeu
No seu íntimo de fêmea exaltada
Esculpiu seus sonhos, escreveu seu romance.
Hoje em um canto esquecida
Relembra o que sonhara a todo instante.
Mas o que restou ela bem sabe e o diz:
Era uma vez uma poetisa cheia de sonhos
Uma mulher que desejou ser feliz.

Márcia Kraemer